PÁSCOA: A REALIZAÇÃO DE UMA UTOPIA HUMANA
Jesus possui um significado determinante para nós porque ele ressuscitou. Aqui reside o núcleo central da fé cristã.
A ressurreição de Jesus ilumina as sombras e as incertezas que o homem tem a respeito da morte e da vida terrena.
“Abriu-se para nós uma porta para o futuro absoluto e uma esperança inarraigável penetrou no coração humano.
“Jesus anunciou um sentido absoluto ao mundo como libertação total de todas as alienações que estigmatizam a existência humana: da dor, do ódio, do pecado e, por fim, também da morte.” Sua revolução chamou-se Reino de Deus. Contudo, contrariamente àquilo que se esperava dele, morreu na cruz. Sua morte parecia enterrar todas as esperanças, como sugerem-no a fuga dos apóstolos (Mc 15,50), a frustração dos discípulos de Emaús (Lc 24,21) e o medo dos judeus (Jo 20,19). Será que a morte mais vez triunfava sobre a vida?
Mas eis que 3 dias após sua morte, Deus o ressuscitou. Jesus não foi abandonado pelo Pai. A realização do Reino se completava naquele fato inaudito e único na história da humanidade.
A ressurreição de Jesus não foi a revivificação de um cadáver ou a volta à vida biológica, como aconteceu com Lázaro e o jovem de Naim, mas a radical transformação e transfiguração da realidade terrestre de Jesus.
Deus não abandonou aquele que, segundo a lei, era maldito (Dt 21,23; Gál 3,13; Hbr 4,15). Deus não deixou que a grama crescesse sobre a sepultura de Jesus. A morte apenas ameaçou a vida, mas não a venceu.
A ressurreição de Jesus não é um fato histórico qualquer. É um fato só captável na fé. Essa vivência aconteceu desde os primeiros dias após o fato.
A Páscoa cristã celebra não só a ressurreição de Jesus, mas também a ressurreição antecipada daqueles que crêem, pois com a ressurreição de Jesus, o fim do mundo já começou, isto é a realização do Reino de Deus já começou e nós , crentes, somos participantes dessa realidade.