A Páscoa, em hebraico “Pesah”, é a principal festa do judaísmo e celebra a libertação dos hebreus da escravidão do Egito, comandados por Moisés.
O fato marcante dessa peregrinação foi a passagem do mar vermelho e as tábuas da lei recebida por Moisés no monte Sinai (Ex. 12,1-13,6; Lv 23,5-8; Nm 9,1-14).
Esse fato histórico aconteceu de 1275 a.C. (a. C. = antes de Cristo) a 1235 a.C., aproximadamente.Antes desse fato histórico, a festa da Páscoa era dividida em duas (2) distintas, sendo uma de origem nômade e pastoril (sacrifício do cordeiro) e a outro de origem agrária (festa dos pães ázimos, isto é sem fermento e ervas amargas). Confira nos livros da Bíblia: Nm 28,16-25; Lv 23,4-14; Dt 16,1-8.
As duas festas se converteram, assim, em uma única festa que deveria ser celebrada todos os anos, a partir da data da libertação do Egito.Ela acontece no dia 14 do mês de Nisan, o primeiro mês do calendário judaico, e corresponde a março e abril do nosso calendário.
Na festa era servido um cordeiro de um ano, assado inteiro e pães ázimos, sem fermento. Enquanto comiam o patriarca da família contava os feitos de Deus em favor do povo hebreu na época da libertação da escravidão do Egito através de Moisés.
A festa da Páscoa sofreu uma forte ritualização após o exílio do povo judeu na Babilônia, que aconteceu de 587 a. C. a 538 a.C.. Na época de Jesus, segundo relatos, a celebração seguia o seguinte esquema: “O presidente da mesa pronunciava duas fórmulas de bênção sobre o cálice … Bebia-se, então, o primeiro cálice. Em seguida serviam-se pães ázimos e verduras que o presidente da mesa distribuía, de pois de lavar as mãos, pronunciando uma ação de graças e provando das comidas. Servia-se agora o cordeiro pascal assado. Misturava-se o segundo cálice, explicando-se o sentido da refeição e o simbolismo dos ritos com referência à saída do Egito, e se cantava a primeira parte do Hallel (Sl 113 e 114,1-18). Bebia-se então o segundo cálice, e depois de se lavar novamente as mãos e de uma oração de louvor a Deus, comia-se o cordeiro pascal, com ervas amargas e pães ázimos, que se mergulhavam no haroset, uma mistura de várias frutas. Seguia-se, então, o terceiro cálice, chamado o ‘cálice da bênção’ (veja 1Cor 10,6), porque neste momento se pronunciava uma terceira ação de graças sobre a ceia. No quarto cálice cantava-se a segunda parte do Hallel (Sl 115-118), na qual Israel exprimia a esperança da restauração messiânica” . (1)
OBS: leia os textos bíblicos assinalados acima para uma compreensão maior dessa Festa judaica e origem da Festa Cristã.
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José Luiz Cruz Duarte
www.jduarte.com
OBS: Este texto foi produzido a pedido de duas amigas virtuais (Cristina U. e sua filha).
(1) Cf: Adam, Adolf; “O ano Litúrgico”, Edições Paulinas, S.P. 1982, pags. 17 – 18.