Os Símbolos
O homem não vive sem sinais e símbolos.
Seu pensar, seu conhecer, seu expressar o real e o espiritual é realizado através de símbolos. Ele transforma tudo em símbolos para ser entendido pelos outros. Assim a língua falada e escrita e as artes nas suas diversas expressões (pintura, escultura, música, dança …) são os símbolos mais comuns.
O homem se expressa simbolicamente também através da fé e da cultura, e o natal é uma expressão de fé e de cultura.
O PRESÉPIO
Historicamente sua origem remonta a São Francisco de Assis (século XII).
O Santo desejou viver tão intensamente e profundamente a pobreza de Jesus Cristo que, em 1223 em uma gruta em Greccio (Itália), pela primeira vez na história, celebrou e representou o nascimento de Jesus na pobreza e na simplicidade.
Jesus é o centro do presépio e ao se redor está: JOSÉ, o esposo, companheiro, homem trabalhador responsável, fiel e que confia em Deus; MARIA, a mãe, a mulher forte, companheira pura e fiel; Os PASTORES E SÁBIOS, os simples e os cultos; A NATUREZA representada pelas ovelhas e animais, pelo feno e pela gruta. O UNIVERSO, o cosmos representado pelas estrelas; A ESTRELA GUIA; OS ANJOS, os mensageiros da boa Nova, Jesus;
O Presépio, é a mensagem visível da harmonia total e plena do universo, da terra, da humanidade com Deus. Em Deus há unidade na diversidade.
Papai Noel
PAPAI NOEL é sem dúvida o símbolo mais popular e mais querido nas festas natalinas. Está sempre sorrindo, feliz carregando uma enorme sacola nas costas. Ganha mais destaque no natal do que o Menino Jesus.
A figura desse bom velhinho está ligada a São Nicolau de Mira, que viveu na Ásia entre 271 e 341. Ele foi um dos santos mais venerados na Idade Média. Seus biógrafos narram que seu pai era muito rico e sua fortuna foi herdade por Nicolau ainda jovem. Depois de adulto, Nicolau destribuiu seus bens aos pobres, especialmente às crianças, pelas quais ele tinha um grande carinho e atenção.
Em todo 6 de dezembro era comemorado a festa desse santo com distribuição de presentes, roupas e calçados minimizando os sofrimentos trazidos pelo inverno europeu. Não se sabe ao certo quando se deu a fusão de sua festa com a do Natal.
Aos poucos sua pessoa foi enriquecida com outros aspectos culturais, culminando nessa figura tão simpática e bondosa.
Deus é Pai, é bondade imensurável que nos deu Seu Bem supremo: o Seu Filho Jesus.
O PINHEIRO DE NATAL
O carvalho na antigüidade era cultuado como árvore sagrada pela sua longevidade e por se manter sempre verdejante mesmo durante um rigoroso inverno. Desta forma era símbolo de fortaleza e de imortalidade.
O pinheiro como ornamento nas casas e igrejas remonta aos anos de 1539 em Estrasburgo. Da França, introduzido por Charlotte da Baviera lá pelos anos de 1671, se espalhou para a Inglaterra, América do Norte e as demais regiões do mundo.
Para nós cristãos, o pinheiro de natal leva-nos a meditar em Jesus como o tronco imortal, a fortaleza, a segurança e nós os galhos, e todo galho que permanece ligado ao tronco não morre e estará sempre verdejante diante das tribulações.
OS MAGOS
“Eis que uns magos chegaram do Oriente a Jerusalém perguntando: ‘onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? … viemos adorá-lo, ‘… Eis que a estrela que tinham visto no Oriente, ia-lhes à frente até parar sobre o lugar onde estava o menino … e o adoraram. Abriram seus cofres e lhe ofereceram ouro, incenso e mirra”(Mt 2,1-12).
Não eram reis e sim sábios, estudiosos, mas o que isto importa? A mensagem é mais forte que esse detalhe. Esta narração tão plástica e viva, enriquecida posteriormente com aspectos lendários, como o nome dos três (Melchior, Gaspar e Baltazar), traz duas grandes mensagens teológicas:
– Cristo não veio apenas para os Judeus, mas para redimir toda a humanidade, Ele é o polo para o qual convergem todas as raças.
– A segunda grande mensagem está relacionada aos presentes oferecidos pelos magos: ouro, incenso e mirra. O evangelista Mateus expressa por esses símbolos a fé vivenciada pelos primeiros cristãos: Cristo é Rei dos Reis (daí o ouro), é filho Deus (o incenso) encarnado (a mirra).
A ESTRELA
A estrela na sociedade humana esteve sempre ligada ao destino das pessoas.
Hoje os aparelhos de navegação evoluíram de tal forma que as estrelas se tornaram apenas ornamentos no céu, objeto de estudo ou cultuadas como decisivas no destino das pessoas (astrologia).
Contudo durante milhares de anos eram elas as responsáveis em guiar os navegadores pelos mares e os viajantes pelos desertos. Eram elas que indicavam a direção, o sentido, o oásis, o porto seguro.
Cristo é a Estrela Guia da humanidade. Ele é o caminho, o Sentido, a Verdade e a Vida.
A VELA
Por milhares de anos, até a descoberta da energia elétrica há 100 anos, a vela, a lamparina ou lampião a óleo, as tochas foram as fontes de luz nas trevas noturnas. A minúscula chama afugentava as trevas, a escuridão dando segurança e calor. Por isso na antigüidade alguns povos chegaram a cultuar o fogo como divindade.
Cristo é a luz que ilumina nosso caminho: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). E ” vós sois a luz do mundo … não se acende uma candeia para se pôr debaixo de uma vasilha, mas num candelabro para que ilumine todos os da casa. É assim que deve brilha vossa luz” (MT 5,14-16).
OS PRESENTES
A origem dos presentes por ocasião do final do ano tem origem pagã e que a tradição cristã foi aos poucos assimilando.
Os romanos, há mais de 1500 anos, tinham o costume de enviar presentes aos amigos no início do ano novo. Tal hábito coincidia aos festejos ao deus Janus (um deus bifronte, que olhava para o ano que terminava e para o que começava) e, talvez as origens do nosso reveillon e outras comemorações de fim de ano. Esta festa complementava a festa do sol (25 de dezembro).
Com o crescimento do cristianismo essas festas foram ganhando sentido cristão: Cristo é o Sol que ilumina o caminho dos homens; Ele é o Senhor da História; é o grande presente de Deus à humanidade.
Dar presente é uma maneira muito palpável de demonstrar a solidariedade e bondade humana em dar sem interesse de receber. É vivenciar de maneira simples e ínfima a imensa e infinita bondade de Deus.